SÍNODO
Carregue no link abaixo para fazer download dos documentos XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos ou aceda ao site do Vaticano em www.vatican.va/roman_curia/synod/index_po.html
DOCUMENTOS do Sínodo
1º Vade-mecum (denominação para qualquer livro ou documento, de referência, de uso muito frequente e que instrui o leitor a fazer determinadas tarefas):
2º Documento Preparatório (documento que subsidiam atos ainda não assinados pela autoridade competente, como pareceres e notas técnicas.)
1) O que significa a palavra “sínodo”?
O termo “sínodo” deriva do grego “sýnodos”, que significa “reunião”. O termo é composto pelo prefixo “syn” (junto com/junto de/junto a) e pelo substantivo “hodós” (caminho). O verbo grego synodéo significa “fazer um caminho com alguém”.
2) O que é o “Sínodo dos Bispos”?
A Constituição Dogmática Lumen Gentium, no seu n. 22, apresenta o episcopado como um “Colégio” que tem à sua frente o sucessor de Pedro, o Papa. Assim procedendo, o documento deixou claro que cabe aos bispos, sempre em união com o Romano Pontífice, em virtude do múnus de ligar e desligar que também receberam, enquanto sucessores dos Apóstolos, participar ativamente nas decisões que afetam a vida eclesial.
Assim se exprime a Lumen Gentium no nº 22:
“Enquanto composto de muitos, este Colégio exprime a variedade e a universalidade do Povo de Deus; e enquanto unido sob um Chefe, exprime a unidade do rebanho de Cristo. Nele, os Bispos, respeitando fielmente o primado e o principado de seu Chefe, gozam do poder próprio para o bem dos seus fiéis e mesmo para o bem de toda a Igreja, revigorando sempre o Espírito Santo sua estrutura orgânica e a sua concórdia.”
A constituição, de fato, deste Sínodo realizou-se em 15 de setembro de 1965, pelo Papa Paulo VI, através da Carta Apostólica sob a forma de Motu Proprio “Apostolica Sollicitudo”. Ali se define o que seja o Sínodo dos Bispos, de acordo com o pensamento dos padres conciliares expresso na Lumen Gentium. A função do sínodo é “consultiva” (edocendi et concilia dandi se afirma no original latino). Contudo, o Sínodo pode ter uma função deliberativa, sendo que esta precisa ser ratificada pelo Romano Pontífice.
O decreto Christus Dominus, sob o múnus pastoral dos bispos na Igreja, assim se exprime no seu nº 5 com relação ao Sínodo dos Bispos recém instituído: “Alguns Bispos das diversas regiões do mundo, escolhidos do modo e processo que o Romano Pontífice estabeleceu ou vier a estabelecer, colaboram mais eficazmente com o pastor supremo da Igreja formando um Conselho que recebe o nome de Sínodo Episcopal. Este Sínodo, agindo em nome de todo o Episcopado católico, mostra ao mesmo tempo que todos os Bispos em comunhão hierárquica participam da solicitude por toda a Igreja.”
Durante o seu pontificado, Francisco várias vezes recordou que a sinodalidade é a via mestra na vida da Igreja. Por ocasião dos 50 anos da instituição do Sínodo dos bispos, o Papa, em 17 de outubro de 2015, pronunciou essas palavras: “Aquilo que o Senhor nos pede, de certo modo está já tudo contido na palavra «Sínodo». Caminhar juntos – leigos, pastores, Bispo de Roma – é um conceito fácil de exprimir em palavras, mas não é assim fácil pô-lo em prática”.
“O caminho da sinodalidade é precisamente o caminho que Deus espera da Igreja do terceiro milénio. (Papa Francisco, 17 de outubro de 2015)”.
Uma pirâmide invertida
A sinodalidade, destacou ainda em 2015 o Papa Francisco, oferece “o quadro interpretativo mais apropriado para compreender o próprio ministério hierárquico”.“Se compreendermos que, como diz São João Crisóstomo, «Igreja e Sínodo são sinônimos», entenderemos também que dentro dela ninguém pode ser «elevado» acima dos outros”. “Pelo contrário – explicou o Santo Padre –, na Igreja, é necessário que alguém «se abaixe» pondo-se ao serviço dos irmãos ao longo do caminho.”Jesus constituiu a Igreja, colocando no seu vértice o Colégio Apostólico, no qual o apóstolo Pedro é a «rocha». Mas nesta Igreja, como numa pirâmide invertida, o vértice encontra-se abaixo da base”. Por isso, observou Francisco, quem exerce a autoridade chama-se «ministro», porque, segundo o significado original da palavra, são os menores no meio de todos.
Níveis de sinodalidade
O primeiro nível de exercício da sinodalidade se realiza nas Igrejas particulares. O segundo nível é o das Províncias, das Regiões Eclesiásticas e das Conferências Episcopais. O último nível é o da Igreja universal. “Aqui o Sínodo dos Bispos, representando o episcopado católico –, recordou o Papa – torna-se expressão da colegialidade episcopal dentro duma Igreja toda sinodal.”
Sínodo e sinodalidade
Inspirando-se nas palavras do Papa por ocasião dos 50 anos da instituição do Sínodo dos bispos, a Comissão Teológica Internacional conduziu, em 2018, um estudo sobre a sinodalidade na vida e na missão da Igreja. Sínodo – lê-se no documento – é uma palavra antiga na tradição da Igreja. É composta pela preposição σύν (com) e do substantivo ὁδός (caminho). Indica o caminho feito com o Povo de Deus. Desde os primeiros séculos, são designadas com a palavra “sínodo” as assembleias eclesiais convocadas em vários níveis para discernir, à luz da Palavra de Deus, questões doutrinais, litúrgicas, canônicas e pastorais. O termo sinodalidade indica “o específico modus vivendi et operandi da Igreja Povo de Deus, que manifesta e realiza concretamente o seu ser comunhão no caminhar juntos, em reunir-se em assembleia e na participação ativa de todos os seus membros na sua missão evangelizadora”.