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Oração Litúrgica das Horas – Breviário
O Concílio Vaticano II incentivou a que, cada vez mais, se recite a Liturgia das Horas com a comunidade dos fiéis, para que esse tesouro da Igreja não fique reservado somente aos padres, mas que seja distribuído também aos fiéis, para que possam santificar o dia por meio da oração.
Para a oração, nada melhor do que utilizar a própria Palavra de Deus para falar com Ele. Por isso, a récita da Liturgia das Horas é uma escola de oração. Jesus Cristo recitou também os Salmos. Os Apóstolos igualmente. Da mesma forma, a Igreja continua recitando esta belíssima liturgia ao longo dos séculos.
O Papa Paulo VI ao promulgar a reforma da Liturgia das Horas, através da Constituição Apostólica Laudis Canticum, iniciou-a com uma frase que oferece a nota teológica da Liturgia das Horas. Ele disse: “O CÂNTICO DE LOUVOR que ressoa eternamente nas moradas celestes, e que Jesus Cristo, Sumo Sacerdote, introduziu nesta terra de exílio, foi sempre repetido pela Igreja, durante tantos séculos, constante e fielmente, na maravilhosa variedade de suas formas.”
Assim, quando se recita as orações da Liturgia das Horas louva-se a Deus, na terra, fazendo um louvor que no céu é incessante. Na santificação do dia, das horas, no tempo, a realidade da eternidade se faz presente. Também nós queremos, por meio do louvor, transformar a nossa vida em história de salvação.
A Liturgia das Horas é uma das formas de a Igreja viver a Páscoa de Jesus Cristo no ritmo diário, semanal e anual do tempo. Pela oração das horas o Cristão é lançado no mistério da morte e ressurreição do Senhor, na expressão mais nobre e definitiva de sua atividade humana, a comunhão de seu Deus. Nas comunidades reunidas em oração, a Igreja vive diariamente como que os mistérios do Tríduo Pascal, da Paixão-Morte, Sepultura e Ressurreição do Senhor. Une sua oração a Cristo nos passos do Tríduo Pascal, mesmo evocando os demais mistérios de sua vida terrestre. Este caráter de vivencia pascal, de passagem da morte para a vida em Cristo manifesta-se pelos elementos de cada uma das horas.
A essência da Liturgia das Horas é a santificação das horas do dia do cristão, através das várias horas canônicas, que são:
Invitatório, Caso seja recitado antes das Laudes, o Ofício das Leituras começa com o versículo: “Abri os meus lábios, ó Senhor…” e do salmo Invitatório 94(95), com seu refrão, podendo, quando oportuno, ser substituído pelo salmo 23(24), ou 66(67), ou ainda 99(100). Se não for a primeira oração do dia, então começará com o “Vinde, ó Deus, em meu auxílio…”, seguido de “Glória ao Pai”, e, fora do tempo da Quaresma, com “Aleluia”. O objetivo litúrgico do Invitatório é convidar os fiéis a cantar os louvores de Deus e a escutar a sua voz (cf. IGLH n° 34, Instrução Geral Liturgia das Horas).
Laudes ou Oração da Manhã, recitada no início do dia, que é uma oração de louvor dado a Deus pela vida recebida.Inicia-se com o invitatório, que é um convite à oração. “Abri os meus lábios, ó Senhor. E minha boca anunciará vosso louvor”, com o salmo 94. Com esse invitatório os fiéis são convidados cada dia a cantar os louvores de Deus e a escutar sua voz, e são incentivados a desejar o “descanso do Senhor”. O salmo 94 pode ser substituído pelos salmos 99, 66 ou 23. O invitatório mostra que todo o ciclo da oração cotidiana constitui uma experiência pascal. Atualmente composta de um Salmo, um hino do Antigo Testamento e um Salmo de louvor, de onde provém o nome. É nesta hora canônica que se recita o Benedictus ou o Cântico de Zacarias (Lc 1, 67-79)
Hora Intermédia, que pode se desdobrar em mais três: tércia, próxima das 09h00, sexta, próxima do meio dia e noa, próxima das 15h00. Elas podem ser recitadas como sendo uma só, para não multiplicar excessivamente os horários canônicos.
Vésperas ou Oração da Tarde, recitada no fim da tarde e composta por dois Salmos e um hino do Novo Testamento. Recita-se nessa hora o Magnificat, que é o Cântico de Nossa Senhora (Lc 1, 46-55).
Completas ou Oração da Noite, recitada antes de dormir, composta por um Salmo e o hino de Simeão-Nunc dimittis (Lc 2, 29-32).
A estrutura organica desta oração é a seguinte:
Hino > costuma ser um hino que fala do momento presente da hora do dia. Se for, por exemplo, matinal, fala da luz do sol, do dia, do tempo concedido ao homem para servir e dar glória a Deus, o Senhor do tempo.
Salmodia > a salmodia tem um caráter de louvor pela criação do mundo e do homem e pela nova criaçãoem Cristo Jesus. O primeiro salmo faz sempre referência à luz, ao despontar do novo dia, como expressão da obra criadora de Deus por Jesus Cristo.
Cânticos > que são expressões de experiências pascais vividas na história de um povo, ou diante da obra de Cristo Redentor. O terceiro elemento da salmodia um salmo de louvor, um convite ao louvor pelo dom de um novo dia, e que é dado à Igreja viver o mistério de Cristo.
Antífonas > que emolduram os salmos e cânticos realçam o caráter matutino e pascal da hora, bem como o mistério celebrado.
A leitura breve > a leitura da Oração da manhã constitui um verdadeiro programa de vida para o dia que inicia em Cristo ressuscitado. A leitura muda de acordo com o dia, o tempo ou a festa.
O cântico evangélico > é o ponto alto da celebração. Ele expressa o louvor e a ação de graças pela Redenção, sendo um texto do Evangelho é proclamado de pé e com o sinal da cruz.
Preces > as preces, que no caso da oração da manhã são chamadas invocações para recomendar ou consagrar o dia ao Senhor. Serão também de louvor a Deus, de confissão de sua glória e lembrança da história da Salvação.
O Pai-nosso > toda a Oração é resumida e completada pelo Pai nosso, em que se expressa a vocação do homem no seu relacionamento com Deus como filho, sua relação com o mundo criado, sustentado pelo alimento de cada dia e em sua relação com o próximo, a quem ele deve perdoar como o Pai do céu perdoa.
NOTA:
1. Ofício das Leituras é uma hora como as outras, com a diferença de que pode ser recitada a qualquer hora do dia ou da noite. Esta oração liturgica, é encontrada somente na edição completa em quatro volumes.
2. O asterisco (*) e a “flecha” (†) para que servem:
Após o asterisco (*) faz-se uma pausa de um tempo (ou de um acento) e indica, que a frase melódica será concluída no verso seguinte.
Após a “flecha” (†) faz-se uma pausa igual de um tempo como no asterisco e indica que a frase melódica será concluída após dois versos.