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Comentário ao 33º Dom TC (AnoC)

São Máximo

O Confessor (c. 580-662), Monge, Teólogo

Centúria sobre o amor IV, 16-18, 23-24

 

«Pela vossa perseverança salvareis as vossas almas»

Aquele a quem, no tempo da prova, falta a paciência nas aflições que lhe chegam e se distancia do amor dos seus irmãos espirituais não tem ainda o amor perfeito nem o conhecimento profundo da Providência divina.

O objetivo da Providência divina é unificar, pela fé reta e o amor espiritual, aqueles que o mal separou de muitas maneiras. Foi para isso que o Salvador sofreu: para reunir na unidade (cf Jo 11,52) os filhos de Deus que estavam dispersos. Assim, pois, aquele que não suporta o que o perturba, que não sabe sofrer o que o aflige, que não assume o que lhe doi, não anda pelo caminho do amor divino e passa ao lado do objetivo da Providência. Se o amor é paciente e benévolo (cf 1Cor 13,4), aquele a quem falta coragem quado surgem as aflições, e por essa razão faz mal àqueles que o afligiram e se distancia do amor que lhes deve, não realiza o objetivo da Providência divina. […] É paciente aquele que aguarda o fim da prova e recebe a glória da perseverança.

O homem paciente tem grande sabedoria (cf Prov 14,29, LXX), pois leva até ao fim tudo o que lhe acontece e suporta as aflições aguardando este fim. Ora, o fim é a vida eterna, segundo o Apóstolo (cf Rom 6,22). E a vida eterna é que Te conheçam, a Ti, único Deus verdadeiro, e Àquele a quem Tu enviaste, Jesus Cristo (cf Jo 17,3).