São Columbano (563-615)
Monge, fundador de mosteiros
12.ª Instrução espiritual, 2-3
«Para aqueles que habitavam na sombria região da morte, uma luz se levantou»
Cristo, digna-Te acender pessoalmente as nossas candeias, Tu que és o nosso Salvador; fá-las brilhar sem fim na tua morada e receber de Ti, luz eterna, uma luz indefetível. Que a tua luz dissipe as trevas e, através de nós, faça recuar as trevas do mundo. Peço-Te pois, Jesus, que acendas a minha candeia com a tua própria luz, e que assim, com essa claridade, eu possa ver o Santo dos Santos, onde Tu, Pai Eterno dos tempos eternos, dás entrada nos pórticos desse Templo imenso (cf Heb 9,11ss). Que, sob a tua luz, nunca deixe de Te ver e de dirigir para Ti o meu olhar e o meu desejo. Então, só Te verei a Ti no meu coração, e na tua presença a minha candeia ficará para sempre acesa e ardente.
Dá-nos a graça […], visto que batemos à tua porta, de Te manifestares a nós, Salvador cheio de amor. Compreendendo-Te melhor, que não tenhamos amor senão para Ti, só para Ti. Que sejas, noite e dia, o nosso único desejo, a nossa única meditação, o nosso pensamento contínuo. Digna-Te derramar em nós todo o amor necessário para que possamos amar a Deus como convém. Enche-nos do teu amor […] até que não saibamos amar-Te senão a Ti, que és eterno. Então as águas caudalosas do céu, da Terra e do mar não poderão apagar em nós tão grande caridade, como lemos no Cântico dos Cânticos: «As águas caudalosas não conseguirão apagar o fogo do amor» (8,7). Que se realize em nós, pelo menos em parte, esse crescendo de amor, pela tua graça, Senhor Jesus.